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DIVIRTA-SE

Planilhas de requisitos, sistemas controle de bugs, cartões de ponto, medidores de produtividade - quando programar se tornou uma tarefa tão chata? Quando perdemos o gosto pela arte de ensinar computadores a trabalhar e começamos a nos arrastar todos os dias de manhã para o escritório para mais um dia de martírio?

Convém lembrar o motivo pelo qual muitos programadores, especialmente aqueles que começaram na era BASIC, entraram nessa: era divertido, muito divertido. Quantos bons programadores o mundo já não ganhou por isso? Um dia programar foi divertido. Escreviam livros sobre isso, que eram escritos e comprados por crianças que pediam a seus pais um TK ou um MSX.

A grande maioria dos projetos OpenSource - incluindo aí o Linux - só sobrevivem por um motivo: programar é muito divertido.

Passe numa livraria hoje e dê uma olhada nas capas dos livros da seção de informática, em especial nos livros sobre desenvolvimento. Fotos de engravatados, letras sérias, livros de leitura mais pesada que um volume de enciclopédia. Dê também uma olhada no rosto das pessoas que estão olhando para esses livros. As imagens sérias das capas se refletem em seus rostos. É tudo muito chato.

Eu sei que alguém precisa pagar o salário dos programadores, e parece que há uma idéia de que trabalho sério depende de uma imagem engravatada. Não estou querendo dizer que devamos todos parar de trabalhar sério, esquecer cronogramas, metodologias de desenvolvimento, métricas de produtividade e, principalmente, viabilidade ecônomica. Mas eu já vi muitos projetos pequenos, tecnicamente simples, vendidos a bom preço e com boa quantidade de recursos, afundarem por um motivo que metodologia nenhuma calcula: o serviço era chato demais para que um ser humano gastasse um mês de sua vida dedicado a fazê-lo bem feito.

Não é intrigante que tenhamos dificuldade em manter em dia nossos projetos enquanto tem gente por aí desenvolvendo softwares livres fabulosos por pura diversão?

Ao planejar um projeto - quem sabe? - poderíamos, junto com os cálculos gerenciais e análise técnica inicial, pensar em maneiras de tornar o trabalho mais desafiador, mais estimulante, mais divertido. Quem sabe isso faria renascer em nossas equipes aqueles meninos curiosos fazendo um trabalho genial pelo simples prazer de vê-lo bem feito?



ELCIO FERREIRA
24, Diretor de tecnologia da Atípico (saiba mais em seu site pessoal)

Coluna Development de 15/09/2003

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